A Associação de Municípios Portugueses do Vinho propôs aos seus associados a criação de uma rede das aldeias vinhateiras, que visa a promoção e valorização socioeconómica das aldeias que têm no vinho o seu elemento diferenciador.

 «Entendemos que é importante promover a nível nacional uma rede de aldeias vinhateiras, baseando-nos numa experiência que foi feita no Douro, com seis aldeias vinhateiras. Esta rede terá muito a acrescentar em termos de oferta futura de enoturismo», sustentou o secretário-geral da AMPV.

 No final de uma reunião da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV,) que decorreu ao longo da tarde em Nelas, José Arruda disse à Lusa que gostaria que ficassem identificadas até Junho as aldeias que irão integrar esta rede.

 «Numa primeira fase teremos ainda de decidir que modelo iremos seguir, dando início a uma associação de raiz ou criando uma rede nacional assente na experiência da rede das aldeias vinhateiras do Douro, que se iniciou em 2010 e constituiu-se em associação em 2013. O ideal seria pegar neste modelo que há no Douro e transformá-lo num modelo nacional», acrescentou.

 O secretário-geral da AMPV está convencido de que a associação das aldeias vinhateiras do Douro, à qual pertencem Salzedas, Ucanha, Favaios, Barcos, Trevões e Provesende,  irá aceitar o desafio de integrar uma rede nacional. «Vamos trabalhar nisso e, no dia 21 de Março, vamos ter uma assembleia geral da AMPV para aprovar o modelo a seguir», referiu.

 No seu entender, este projecto tem todas as condições de vingar e de ser um sucesso, já que nas visitas que vão fazendo pelo país percebem que «em todos os municípios há pequenos núcleos urbanos e sobretudo rurais onde o tema do vinho tem um papel muito importante, a nível económico, cultural ou social e que está a ser mal explorado».

 «Há uma procura enorme por parte dos turistas no sentido de conhecerem o que é nosso, a nossa cultura, tradição e paisagens. Através de uma rede a este nível, conseguimos ter em todo o país ofertas muito diferentes, mas todas ligadas entre si pelo vinho e cultura do vinho», sustentou.

 José Arruda revelou ainda que com esta rede pretendem criar um projecto nacional integrado e estruturado, que possa «sustentar a elaboração de candidaturas para captação de financiamento para requalificar e dinamizar esses territórios».

«Já tivemos oportunidade de estar com o senhor secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, já pusemos esta proposta em cima da mesa e a disponibilidade dele é de poder apoiar uma candidatura ao nível desta rede. Isso para nós é fundamental e vem dar a garantia de que podemos fazer um trabalho no âmbito destas aldeias ou envolvendo as freguesias» sublinhou.

 O responsável da AMPV apontou ainda que actualmente conta com mais de 80 associados e que, nas reuniões que foram sendo feitas pelo país, em todos os municípios têm sido indicadas aldeias vinhateiras, não só no continente, como na Madeira e nos Açores.

 «Não temos um número de quantas aldeias poderão integrar esta rede, mas, como temos 80 municípios associados, serão mais de 100 ou até 200», concluiu.

Fonte: Lusa