O aumento das importações de produtos lácteos no início de 2016 está a preocupar a indústria de lacticínios, que estima um défice superior a 250 milhões de euros no final do ano, se a tendência se mantiver.
Os últimos dados do INE, referentes ao valor acumulado de Fevereiro, citados pela Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL), revelam uma subida de 2,8% das importações e uma queda de 25,7% das exportações, em valor.
O responsável da ANIL avança algumas explicações para a queda das exportações, dizendo que reflectem em parte as posições que foram tomadas em Espanha e que impedem que haja movimentações de leite no sentido Portugal-Espanha.
A queda registada nas transacções com Espanha (-8,9 milhões de euros) é equivalente à queda verificada nas exportações para a totalidade dos Estados-membros (-9 milhões de euros).
Acrescentou que as exportações para os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) estão estabilizadas, o que significa que os operadores estão com uma grande responsabilidade em termos de risco do crédito concedido.
O aumento das importações de queijo é o que mais preocupa o responsável da ANIL, já que a indústria sai duplamente penalizada, não só pelo equivalente-leite que entra por essa via (são necessários dez litros de leite para produzir um quilo de queijo), como pelos preços praticados, que são absolutamente incomportáveis para a produção nacional.
As importações acumuladas de leite UHT, em Fevereiro, totalizaram cerca de 14,5 milhões de litros, menos 10,3% do que no período homólogo de 2015 (16 milhões de litros), enquanto o queijo teve um acréscimo de 15,9% relativamente a Fevereiro de 2015, passando de 7.150 para 8300 toneladas.
Também os iogurtes registaram um ligeiro aumento nas importações: 4,8% em valor e 5,5% em quantidade.
Fonte: Lusa
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