Referência incontornável no que concerne à cultura vínica, a revista Wine Spectator lançou a sua lista dos 100 melhores vinhos de 2016, com a sua seleção a recair sobre quatro exemplares portugueses, todos eles tintos do norte do país. Mais, a representação nacional não se fica por aqui, tendo outros quatro vinhos sido escolhidos para a lista económica 100 Top Values.
Relativamente ao Top 100, os dois mais bem posicionados vinhos portugueses são ambos de 2014 e tiveram ambos 90 pontos, mas são de regiões vizinhas. Na 46ª posição surge o Quinta do Cabriz, proveniente do Dão, seguido de perto pelo Evel, da Real Companhia Velha do Douro, no 50º lugar. Na 69ª posição, com 91 valores, encontra-se o CARM Reserva Tinto 2012, outro representante do Douro. A finalizar o rol de escolhas, na 80ª posição temos o Lemos & van Zeller Quinta Vale D. Maria de 2013, com 94 pontos, sendo o vinho mais bem avaliado dos representantes portugueses.
No 100 Top Values a preferência já recai para os vinhos brancos. Na categoria de Rich Whites, vinhos «cujos sabores ricos e exuberantes estão bem equilibrados com claridade, vigor e estrutura», surgem três exemplares, todos eles de 2015. Do Dão, com 89 pontos, temos outro Quinta do Cabriz, e com menos um ponto, do Douro, o Casa Ferreirinha Planalto Reserva. O único representante a sul do Tejo é o Monte Velho, com 88 pontos, proveniente da Herdade do Esporão, no Alentejo. Por fim, na categoria de Big Reds, tintos ousados e portentosos, o Casa de Santar de 2014, vindo do Dão, obteve 89 valores.
Numa análise global do ano de 2016, (incluindo as diversas classificações) o editor Mich Frank da Wine Spectator realça Portugal, referindo que «dos 473 vinhos de Portugal provados, 43% foram classificados com 90 pontos ou mais, testemunho da crescente qualidade dos vinhos de mesa». De notar que dos 18.055 vinhos provados apenas 1% foram considerados outstanding quando Portugal teve 3% daqueles 473. Na segunda categoria classic a média foi de 35%, mas com Portugal a obter 40% ficando ao nível da França e apenas ultrapassado pela Áustria e Alemanha.
Segundo a revista, para o Top 100 são escolhidos os vinhos avaliados durante o ano transato e os critérios utilizados são a qualidade (só são escolhidos vinhos com uma pontuação superior a 90 pontos), a disponibilidade nos Estados Unidos e o preço, sendo que vinhos demasiado raros e/ou exclusivos ou demasiado comerciais são preteridos. Já para a lista económica, são considerados para escolha vinhos que pontuem 88 valores ou mais, que custem, no máximo, 20 dólares e que estejam disponíveis em largas quantidades.
Publicada desde 1988, a lista da Wine Spectator veio a tornar-se uma referência no mundo vínico. No entanto, como a própria publicação refere, as suas escolhas, não sendo acessíveis a todos os mercados ou a todas as carteiras, não são propriamente uma lista de compras a fazer, mas sim um guia de tendências «das adegas a ter em conta no futuro».
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